A comunidade fundada por Mam’etu Iraê Jinkayá está estruturada e desde sempre situada na Rua 10, número 222, no bairro Santa Clara, na cidade de Barra Mansa, interior do Estado do Rio de Janeiro. Três anos após sua fundação, a Comunidade Omariô de Jurema foi reconhecida como de Utilidade Pública Municipal de Barra Mansa, pelo Decreto número 1.270, de 29 de novembro de 1973. A partir do final da década de 90, o terreiro é dirigido religiosamente por Mam’etu Sia Vanju.
Ao longo dos anos, a família religiosa Omariô de Jurema foi se estabelecendo e se expandindo e hoje possui aproximadamente 200 filhos de santo, entre abiã, iniciados e confirmados. Além de espaço de culto, é também espaço de acolhimentos diversos e um território pujante em cultura, que perpassa a musicalidade, dança, moda e culinária tradicional.
A comunidade apresenta um elevado grau de importância no contexto da religiosidade de matriz africana do Sul Fluminense, por ser um dos mais antigos e tradicionais terreiros de Candomblé da região.
Na Casa Jurema, instituição, braço cultural e assistencial da Comunidade Omariô de Jurema, são oferecidas aulas de reforço escolar, musicalização infantil e atividades multidisciplinares para crianças e pré-adolescentes, além do evento solidário Samba da Jurema, que teve sua primeira edição em março de 2018, e em dezembro de 2023 realizou sua 13ª edição, na unidade Barra Mansa do Sest/Senat.
Em 2018, a Comunidade Omariô de Jurema recebeu o Prêmio Melhores do Ano na categoria Melhor Projeto Cidadão, realizado pelo apresentador da Band, Taí Braz e, em 2019, foi homenageada por seu legado, recebendo o Prêmio Dandara e Zumbi, que é uma condecoração que dá o reconhecimento aos negros e negras do município de Volta Redonda e região que se destacam por suas realizações. O Prêmio Dandara, categoria especial, Preservação da Memória Ancestral, foi concedido à fundadora, Maria Aparecida de Freitas - Mam’etu Iraê Jinkayá.
Apesar de todo esse movimento positivo em torno da comunidade, o Omariô de Jurema ainda não estava regulamentado no âmbito legal, o que é uma realidade da maioria das casas praticantes das religiões de matriz africana, por conta de todas as dificuldades que normalmente enfrentam e que são comuns aos terreiros. Entretanto, em 2019, por meio do Projeto Tutelas Coletivas do Escritório da Cidadania, criado para funcionar como um núcleo de prática profissional dos cursos do UniFOA (Centro Universitário de Volta Redonda), e que oferece um trabalho de consultoria jurídica, contábil e administrativa para associações e instituições sem fins lucrativos, a Comunidade Omariô de Jurema conseguiu a tão sonhada legalização, passando, então, a existir de fato no âmbito legal, possuindo Estatuto e CNPJ. Com essa documentação e organização legal, foi possível participar - e ser classificada com nota máxima - do edital Povos Tradicionais Presentes RJ, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado, cujo principal objetivo é fomentar a manutenção da cultura de Povos e Comunidades Tradicionais, assim como mobilizar e aplicar recursos para a valorização e a preservação da memória, da ancestralidade e do patrimônio cultural fluminense, de acordo com o Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura, constante na Lei nº 7.035/2015.
Para o futuro, a Comunidade Omariô de Jurema continua à espera de dias mais livres e leves. Que todos possam praticar sua fé, respeitando o próximo, olhando para o próximo e se preocupando com o próximo.
Reconhecida como uma líder carismática, pelo seu conhecimento, modo de agir, pensar, sentir e imaginar. Saiba mais.
Mantendo unida a comunidade e o entendimento da salvaguarda da memória, ancestralidade e tradições do povo de terreiro e patrimônio cultural fluminense. Leia mais.
Aos 63 anos ela se forma na faculdade de Serviço Social pelo UniFoa e cumpre um papel importante na manutenção das tradições do Candomblé Angola. Confira.