Diana Mara de Freitas é a terceira filha de Maria Aparecida de Freitas (Mam’etu Iraê Jinkayá) e Geraldo de Freitas, nascida em outubro de 1954, natural de Barra Mansa-RJ. Estudou na SABEC - Sociedade Assistencial Barra-mansense de Ensino e Cultura, em Barra Mansa-RJ, e no Colégio Batista Americano, em Volta Redonda-RJ, onde concluiu o curso técnico de Contabilidade. De 1977 a 1993 trabalhou na CSN - Companhia Siderúrgica Nacional.
Casou-se com o sargento do exército, Antônio Clarete Daniel, em dezembro de 1978, e com ele teve dois filhos: Thiago, nascido em dezembro de 1979 (apontado como Tata Kambono por Nkosi), e Gabriela, nascida em abril de 1982, iniciada por Mam’etu Sia Vanju em 2004, recebendo a dijina de Iraomin. Seu filho Thiago lhe deu uma neta, Nathália (nascida em 2000), e duas bisnetas - Helena (nascida em 2020) e Heloisa (2024). Em 1997 se separou do marido, Antônio.
Da mesma maneira como todos os filhos de sua mãe, Diana Mara foi criada no seio dos terreiros de matriz africana. Ainda na primeira infância, teve suas primeiras manifestações mediúnicas através de visões e aos 10 anos de idade desenvolveu uma doença de pele que só foi curada com tratamento espiritual. Desde sua infância, assim como seus irmãos, era levada por sua mãe ao Centro Espírita Xangô Agodô, e lá, ela e seus irmãos se desenvolviam como pessoas responsáveis e pensantes dentro da religião.
Sua iniciação foi em 1975, no “barco das três”, por Mam’etu Liceuy, do Ilê Axé Oxossí Airá, localizado no bairro Malhado, em Ilhéus-BA, que veio exclusivamente para realizar a iniciação das irmãs Diana, Telma e Patrícia, que ganharam seus nomes ancestrais em 4 de outubro do mesmo ano: Katulajunsun (Dofono/Rianga), Mazakaya (Dofonitinho/Kayadi) e Sia Vanju (Fomo/Katatu). O barco foi cuidado pela kota criadeira Mboalé, Tata Kambono Odénirê e a kota Maganza Sideloyá.
Sua obrigação de 1 ano foi cumprida junto com o “barco das três”, com a kota Maganza (e criadeira) Mboalé e o Tata Kambono Odénirê, já que ambos estavam morando em Barra Mansa desde a sua feitura e eram as pessoas de confiança de Mam’etu Liceuy. Os ritos de passagens de 3, 7 e 14 anos foram cumpridos com a Mam’etu Iraê Jinkayá e com o primeiro Tata Kambono confirmado na cidade de Barra Mansa-RJ, Sasaleji.
Katulajunsun foi a kota criadeira de aproximadamente 20 filhos de santo de Mam’etu Iraê Jinkayá e desde sempre - escolhida pelo santo - é a Mam’etu Ndenge da Comunidade Omariô de Jurema, uma vez que esse é um cargo vitalício dentro do Candomblé. No final da década de 80 ela iniciou seu primeiro filho, confirmando o Tata Kambono Junsarege.
Em 1999 se casou com Roberto Ferreira de Souza, Sauarefun, o primeiro Tata Kivonda confirmado por Mam’etu Sia Vanju (1998), com quem vive até hoje. Como Mam’etu Ndenge, ela também confirmou as kotas Kaiamindô (2008), Mazangê e Sambamukuê (2013) e iniciou os azenza Talamenzala (2001), Kutanangî (2020) e Monajingila (2021).
Aos 59 anos ingressou na universidade e aos 63 se formou em Serviço Social pelo UniFOA, atuando na área como Assistente Social no serviço público. Entre os anos 2019 e 2021 foi Conselheira dos Povos de Terreiro das Religiões de Matriz Africana do COMUPPIR - Conselho Municipal de Políticas de Promoção de Igualdade Racial de Barra Mansa.
Em outubro de 2021, Mam’etu Ndenge Katulajunsun e Mam’etu Sia Vanju, acompanhadas do Tata Kambono Kisanje e da kota Sejiledan, tiveram a oportunidade de visitar, em Ilhéus-BA, a sua iniciadora, Mam’etu Liceuy, e mesmo após 46 anos de iniciadas, não deixaram de pedir bênção de maneira tradicional e de rezar o ingorossi aos pés de “mãinha”, como a chamavam carinhosamente. “Essa visita foi de suma importância para mim e minha irmã, reviver momentos com nossa a Mam’etu e ter a certeza de um nkisi vivo dentro de cada uma de nós e que nunca deixamos de ser a muzenza de 1975, principalmente, tanto tempo depois”, contou emocionada Mam’etu Katulajunsun - Diana Mara.